sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Leituras de O Peregrino - A Aventura da Liberdade


Nesse quero fazer a leitura da imagem de Cristão em sua caminhada para a Cidade Celestial, carregando o seu grande e pesado fardo com grande dificuldade, chegando a um pequeno monte onde estava erguida uma cruz e um pouco abaixo uma sepultura. Neste encontro com Cristo em sua Crucificação ele encontrou a liberdade, pois o fardo que estava sobre os seus ombros, soltou dos mesmos e caiu na sepultura que se refere à morte do Filho de Deus. Cristão foi envolto por fortes emoções expressas através do choro e a entoação de cânticos em agradecimento. Como observamos abaixo (2004, p.65-67).

É no encontro com Cristo Crucificado em seu grande sacrifício que Cristão encontra a liberdade do aprisionamento do seu grande fardo, que tornava-o morador da Cidade da Destruição. A partir deste momento Cristão começou a desfrutar dos bens da Cidade Celestial, porque a Crucificação de Cristo foi a manifestação absoluta do amor de Deus por suas misérias de pecado.

Nesta imagem a leitura de que nesses tempos globais temos que pensar no caminho do evangelho e a aventura da liberdade proporcionada no encontro com Cristo Essa liberdade representa primeiramente o amor eterno de Deus em partilhar das nossas misérias pecaminosas. Concedendo-nos a liberdade e o consolo em relação nossos sofrimentos, que nos aflige em nossa sociedade em várias faces como: a fome, as misérias, as guerras, o desemprego, saúde frágil e entre outras que são expressões do fardo do pecado. Em Cristo encontramos a cura para as nossas misérias pecaminosas, pois em sua crucificação Deus adentrou a nossa sociedade da Destruição, em carne e sangue, padecendo por nós e morrendo por essas faces das nossas misérias, para vivermos a liberdade no sentido de suportamos as mesmas com esperança (STOTT, 2004, p.68).

A caminhada em liberdade que representa a encarnação do projeto eterno de Deus para a nossa existência de viver uma comunhão de sacrifício diário de amor a Deus e aos nossos semelhantes, numa libertação do projeto proposto pela miséria do pecado, que nos conduz a tirania da independência e egoísmo de relativização da Palavra de Deus, resultando em separação global. Assim como observamos em STOTT (2004, p.100-101):

"A verdadeira liberdade é a liberdade de ser o meu eu verdadeiro, como Deus me fez e planejou que eu fosse. Mas Deus me fez para amar, e amar é dar, dar de si. Portanto, para que eu seja eu mesmo, tenho de negar-me a mim mesmo e dar de mim em amor a Deus e aos outros. A fim de ser livre, tenho de servir. A fim de viver, tenho de morrer para a minha própria autro-centralidade."

Quando nos encontramos com Cristo Crucificado compreendemos a cada momento que viver em liberdade é construirmos a nossa existência sob a graça eterna de Deus, em um relacionamento de amizade e companheirismo. Mas um amor a Deus com uma atitude de sermos servos dEle, pois morremos para a nossa cobiça de ser independente, e esta realidade nos impulsiona a nos entregarmos em amor pelos nossos semelhantes em todas as nossas instâncias culturais.

Portanto, em nossa sociedade globalizada a viver a celebração da liberdade proporcionada pelo amor eterno de Deus em Cristo Crucificado partilhando do nosso sofrimento por causa do fardo do pecado, para assim o enfrentarmos com sentido e esperança. Consiste também no projeto eterno de Deus para nossa existência de vivermos em comunhão intima com Deus e expressa no serviço aos nossos semelhantes. Resultando em morte para nosso constante desejo de independência, expresso em relações de ódio e que tem sido o fundamento da nossa sociedade.

Referências

BUNYAN, John. O peregrino – a viagem do cristão a cidade celestial. Trad. Alfredo H. da Silva. São Paulo: Martin Claret, 2004.

STOTT, John. Por que sou cristão. Trad. Jorge Camargo. Viçosa (MG): Ultimato, 2004.

Cleófas Júnior

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